A cidade Votorantim também sofreu com o temporal de ontem à tarde. Apesar de ter durado apenas 30 minutos, a chuva conseguiu fazer muitos estragos, alagando várias casas e trazendo prejuízos aos moradores. Houve também a queda de toda a placa de proteção ao redor da Praça de Eventos, na avenida 31 de Março, e de um muro de empresa na avenida Reverendo José Manoel da Conceição, no bairro Protestantes. Conforme a Defesa Civil, foram registrados pontos de alagamento nos bairros Jardim Archila, Centro, Serrano, Jataí, Vila Nova e Fornazari (que foi um dos mais afetados). Os números apontam 20 quedas de árvores, dois destelhamentos, quatro quedas de muros residenciais e um total de 16 ocorrências de alagamentos nos bairros citados. Não houve desabrigados, porém três famílias do Fornazari precisaram de assistência e alimentação.

Na rua Paschoal Gerônimo Fornazari, bairro Fornazari, os moradores estavam indignados com a inundação em suas residências e atribuíram o problema a uma praça com gramado que a prefeitura tentou fazer naquela via, mas que acabou não dando certo e sendo cimentada. “Fizeram a caída para o lado da rua, ao invés de ser para o lado do córrego, e como os bueiros estão entupidos e não dão conta do volume de água, nossas casas ficam alagadas”, reclamou a cabeleireira Janete Gardenal, que mora no número 420 daquela rua, onde mantém também um salão de beleza.

Janete conta que mora no local há oito anos e nunca havia tido problemas com enchente, até a praça ser cimentada. No momento que a reportagem chegou, ela estava tirando a água do salão. A vizinha, Vilma Rodrigues de Camargo, que reside no número 430, também culpa a praça. Em janeiro, ela perdeu o muro do quintal, que foi destruído pela enxurrada, e agora foi a vez da cerca provisória ir ao chão. Vilma mostrou o estado que estava sua casa e os móveis perdidos. “No ano passado perdi o sofá e a estante. Providenciei outra estante, que acabei de pagar a prestação, feita em seis vezes, e perdi de novo”, lamentou. O banheiro da casa, que ela fez questão de mostrar, estava intransitável, pois voltou todo o esgoto.

Flávia, filha de Vilma, ficou muito nervosa ao ver o estado de seu carro, cheio de lama. “Eu uso para trabalhar, tenho até medo de tentar ligar e não funcionar, mas olha só como ficou”, disse, indignada. Outros moradores da mesma rua contabilizavam o prejuízo e muita gente estava aflita, pedindo para a reportagem registrar o máximo possível o estrago da chuva. A proprietária de uma lanchonete, que também sofreu muitas perdas, disse que já foram registradas diversas reclamações na prefeitura. “Mas eles fazem as coisas do jeito que querem”, desabafou Lindaura Maria de Lima.

Na rua de cima, Maximina Leme, a lama de um barranco invadiu toda a via e uma boca-de-lobo estourou, fazendo com que toda a água fosse para a residência ao lado. Ali, a família de Benjamin Antunes de Oliveira Neto perdeu todos os móveis. Solidários, os vizinhos se mobilizaram para ajudar a limpar a casa. Já no bairro Barra Funda, moradores da rua Pedro Amorim também contabilizavam os prejuízos. A dona de casa Eliana Santos Soares, que reside no número 264, reclama que perdeu todos os móveis por conta de um serviço mal feito da prefeitura. No quintal de sua casa há uma canaleta que escoava a água, porém esse escoamento foi fechado e quando chove a água inunda a residência.

De acordo com Fábio Luís Rodrigues, coordenador da Defesa Civil de Votorantim, todas as providências estavam sendo tomadas para a limpeza das ruas e assistência às famílias, porém hoje a equipe da Secretaria de Cidadania iria fazer nova vistoria no local e visitar as residências mais atingidas.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul