Escola em Votorantim nova sofre com infiltrações
sexta-feira, 2 de agosto de 2013Quando a chuva aperta em Votorantim, na região do Jardim Serrano 2, os alunos da 1ª série do ensino fundamental da escola municipal Maria do Rosário Arcuri de Oliveira Campos, inaugurada há apenas um ano e um mês, iniciam um ritual de carregar mochilas, materiais e deixar a sala de aula em que estudam. Devido a infiltrações no teto, as goteiras afetam a sala de aula e alunos precisam ser removidos para outra, com carteiras e cadeiras.
Além de duas das dez salas de aula, a escola apresenta outros problemas como estufamento do forro na entrada da unidade -uma placa de madeira já se desprendeu do teto. Até uma das escadas de acesso à quadra – construída em cima da escola – precisou ser interditada. A Secretaria Municipal de Educação já solicitou à empresa responsável pela obra (a Casagrande Serviços e Construções) para que solucione os problemas e informou que algumas medidas já estão sendo tomadas. A Casagrande Serviço e Construções disse que o erro foi de projeto e não de execução, já que não previa fechamento da quadra e sistema mais eficiente de impermeabilização.
O forro de madeira no hall de entrada da escola começou a apresentar uma cor alaranjada em parte dele, com aspecto de estufamento. Uma das placas de madeira se soltou e ainda não foi reparada. De acordo com a Secretaria de Obras da Prefeitura de Votorantim, a quadra poliesportiva da escola é aberta nas laterais – fechada com alambrados – e fica no piso superior do prédio, acima do hall de entrada da escola.
O setor técnico do Prefeitura explicou ainda que diante da localização da quadra, em ponto elevado, o espaço recebeu ventos fortes e acarretou em acúmulo maior de água. Como trechos do piso do ginásio está com infiltrações, a água chega ao teto do hall da unidade escolar. “Já houve três tentativas de conter a infiltração de água para o piso inferior com a impermeabilização nas juntas de concreto. Com novas chuvas, especialmente nos últimos 40 dias, foi verificado que o problema persistiu e a construtora informou que irá fazer mais uma tentativa de impedir a infiltração da água pelas emendas de concreto”, explicou o setor técnico da prefeitura.
A secretária de Educação de Votorantim, Isabel Cristina de Moraes Cardoso, informou que a escolha do tipo de projeto – como no caso da quadra no piso superior da escola – é do município, diante das propostas apresentadas pelo governo federal, com verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). No caso específico do fechamento da quadra, ela informou que a empresa seguiu o projeto e não houve falhas, portanto a implantação deste serviço será bancada pela Prefeitura de Votorantim.
O município analisa agora qual será a melhor alternativa. “Esta intervenção e a redução da entrada de água na quadra consequentemente também contribuirão para a solução do problema de infiltração do piso”, diz nota da Prefeitura. A chefe da pasta de educação negou que a escola precise ser interditada, por causa do problemas estruturais e informou que as aulas já tiveram inicio.
O diretor da escola, Carlos Eduardo Eustáquio, disse que os problemas começaram ainda no ano passado e que apenas a infiltração nas duas classes, ambas de 1ª série, ocorreram há dois meses. Eustáquio afirmou que quando chove forte é necessário transferir os alunos para outras salas, já que quatro das dez estão vagas e podem prestar um auxílio nestas ocasiões. A Prefeitura informou que já acionou a empresa também neste episódio e espera a visita nos próximos dias. Para o setor técnico da Prefeitura, há duas possibilidades para o problema: entupimento de calha ou deslocamento de telhas.
Uma das escadas de acesso à quadra precisou ser interditada pela direção da escola, já que necessita por parte da empresa reforço na estrutura e ajuste na parte metálica. O reboco do gradil e do corrimão estão desprendendo da parede. “Achamos melhor fechar para segurança dos alunos e temos outra rampa de acesso aos alunos na quadra”, afirmou Eustáquio.
A secretária de Educação afirmou que a Prefeitura ainda não emitiu para a construtora o termo definitivo de entrega, tendo em vistas aos problemas estruturais e que o prazo de garantia do prédio é de cinco anos. “A empresa pode ser penalizada, caso os problemas não sejam solucionados”, destacou Isabel Cardoso. A escola tem 11 classes, no período da manhã e tarde, com 303 alunos com idade entre 6 a 11 anos.
Empresa
Procurado, o setor de engenharia da Casagrande Serviços e Construções disse que o erro não foi de execução e sim de projeto. A empresa alegou que a planilha de obra e a ficha de metro construtivo não pediam que fosse realizada uma impermeabilização por manta asfáltica entre a quadra e o teto da escola. “A ficha pedia uma lona plástica. A lona nós verificamos 4 vezes e vimos que não é suficiente para impermeabilizar a área. A Prefeitura então resolveu fechar, para a água não molhar o piso e passar para o andar de baixo”, alega empresa.
Sobre o telhado, a empresa disse que foi informada na segunda-feira pela Prefeitura, às 16h45, pelo telefone e inicia hoje um trabalho para resolver o problema ainda neste mês. “Em momento nenhum a empresa se eximiu de solucionar qualquer problema e sempre atendeu os pedidos da prefeitura quando formalizado os pedidos.”
Fonte: Cruzeiro do Sul