Campanha quer incentivar pré-natal em Votorantim
quinta-feira, 21 de julho de 2011As mães de pelo menos quatro das quinze crianças menores de 1 ano de idade que morreram este ano na cidade de Votorantim não fizeram pré-natal. De dois a três casos, apesar de cadastradas na rede pública de saúde do município, as gestantes não passaram por todas as consultas e exames solicitados. O levantamento foi divulgado pela diretora do Programa de Saúde da Família (PSF), Cláudia Renata Paes Oliveira, de 40 anos, durante palestra ministrada na manhã de ontem, na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Nova Votorantim, para doze das setenta gestantes cadastradas no local.
A palestra que faz parte da Campanha de Enfrentamento e Combate à Mortalidade Infantil, trata dos programas direcionados à saúde das gestantes e seus bebês, explica a diretora. Ela esclarece que nos últimos três anos o município tem registrado queda nos óbitos de crianças menores de 1 ano. Em 2008 o índice era de 18,5 por mil nascidos vivos; em 2009 baixou para 12,8; e no ano passado foram 12,5. “Abaixo do índice do Estado de São Paulo”, destaca Cláudia. Ela atribui essa queda aos diversos programas preventivos.
O município disponibiliza mais programas que os preconizados pelo Ministério da Saúde (MS), observa a coordenadora do programa da Saúde da Mulher e presidente do Comitê Materno de Votorantim, Katie Pedroso Rodrigues, 42. Ela cita o exame de toxoplasmose, além de urucultura e de hepatite B que são feitos no mínimo duas vezes. O ultrassom pode ser feito mais de duas vezes, caso necessário, acrescenta. Cláudia explica que o MS preconiza seis consultas de pré-natal, enquanto em Votorantim as gestantes podem passar por até dez consultas.
Atualmente o programa de pré-natal das UBSs de Votorantim tem cadastradas em torno de 750 gestantes com idades entre 12 anos e 50 anos. Pelo menos 80% delas fazem todos os exames e consultas, calcula Katie. “É importante que elas saibam que a responsabilidade é delas. Depende delas ir às consultas”, ressalta Cláudia. Katie esclarece que as moradoras de Votorantim têm atendimento gratuito desde o diagnóstico. “Não precisa ir até a farmácia para comprar o teste. Basta que desconfiem que estão grávidas para procurarem uma UBS e confirmar por meio de um exame específico”, comenta.
Cláudia acrescenta que qualquer funcionária está capacitada para o atendimento. “Essa é uma forma de captar essas futuras mães mais rápido para o pré-natal”, destaca a diretora do Programa de Saúde. Além dos diversos programas que ajudam a reduzir a mortalidade infantil, o município dispõe de um ambulatório para acompanhamento de recém-nascidos com algum risco. Trata-se do Programa de Médio Risco Infantil.
A coordenadora do programa e presidente do Comitê de Mortalidade Infantil, Valéria Cristina Santucci Ramos, 42, explica que o primeiro atendimento ocorre já no hospital, como os prematuros, por exemplo, que são detectados no hospital e cadastrados no ambulatório para atendimento de uma equipe multidisciplinar. Mesmo durante o pré-natal, se há algum risco à mãe ou à criança, ou a ambos, o ambulatório recebe as informações. A equipe realiza, inclusive, atendimento domiciliar, revela. Ela informa que o ambulatório foi implantado em março do ano passado e, desde então, atendeu em torno de mil crianças.
Campanha e conscientização
Hoje o ambulatório atende cerca de quatrocentas crianças, informa Valéria. A diretora do Programa de Saúde, Cláudia Oliveira, revela que a Campanha de Enfrentamento e Combate à Mortalidade Infantil que teve início na manhã de ontem, com palestras para gestantes e funcionários das UBSs, além do Programa de Saúde da Família (PSFs) de Votorantim é uma forma de conscientizar sobre a importância do pré-natal e divulgar as ações na área da saúde.
As doze UBSs e dois PSFs terão palestras. O evento ocorre no período da manhã nas UBSs: às 9h para as gestantes, e às 11h para os funcionários. Já nos núcleos do Programa Saúde da Família as palestras serão realizadas à tarde: às 13h e às 15h. Hoje será na unidade do Jardim Serrano; amanhã, na UBS Jardim Clarice; quinta-feira, na Vila Garcia e no PSF do Jardim Tatiana; no dia 25, será a vez da UBS Barra Funda e no Ambulatório de Especialidades da Mulher e da Criança. Já no dia 26, a campanha será desenvolvida na UBS do Parque Bela Vista; no dia 28, UBS Itapeva e ainda no PSF Green Valley. No último dia, 1.º de agosto, será a na UBS”s do Jardim Archila e Novo Mundo.
Saúde do bebê e da mamãe
“O desenvolvimento e o crescimento da criança depende da mãe.” A observação é da auxiliar de enfermagem Priscila Maria Correia dos Santos Narciso, 33, da Vila Nova, que está próxima de ganhar seu bebê. Ela também assistiu ontem à palestra e destaca que “por meio do pré-natal é possível diagnosticar e tratar da maior parte das doenças”. A operadora de máquinas Débora Patrícia dos Santos, 25, comenta que ao saber da gravidez procurou a UBS, onde tem passado por todas as consultas e exames “religiosamente”. “Para garantir a saúde da minha filha Dandara.” A menina deve nascer ainda este mês. A assistente administrativa Jéssica de Almeida Lima, 22, está grávida de três meses e meio e, embora ainda não saiba o sexo do bebê, está bem consciente da importância do pré-natal. “Não só para a saúde do bebê, mas também da mamãe”, ressalta ela.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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